terça-feira, 9 de agosto de 2011

O barulho da carruagem - o salário do reverendo


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Há um provérbio muito antigo que diz: “pelo barulho da carruagem, sei quem é o rei que está chegando”. Na antiguidade, muitas eram as carruagens que, por séculos, foram o meio de transporte de milhões de pessoas, principalmente na Europa. Mas algumas, pelo barulho, se destacavam, porque muitos eram os cavalos e seus cavalheiros, e davam a entender que um grande personagem estava chegando.

O tempo passou e as carruagens caíram no esquecimento. Surgiram outros meios de transporte, mas todos - sem exceção -, fazem lá o seu barulho. Está aí a classe política que não me deixa mentir. Com suas carreatas eleitoreiras e seus fogos de artifício, buzinam, fazendo um barulho ensurdecedor, e, pelo barulho que fazem, logo ficamos sabendo quem é o próximo Sarney.

Mas nem toda a carruagem moderna transporta nobres. Verdade é que alguns se fazem nobres. Pelo muito barulho chegam até a impressionar os desavisados. Durante muitos anos aprendi a conhecer as pessoas pelo barulho que fazem no meio cristão.  Há muita gente barulhenta. Principalmente o pessoal que ama a raiz de todos os males: o dinheiro. Estes, com certeza, ninguém aguenta mais em nossas igrejas. Porém, Cristo nos diz que pelos seus frutos os conheceremos. Vocês querem realmente saber o que está no coração dos que professam amar a Deus? Quer saber se são verdadeiros? Basta ouvir o que pregam e o que almejam. Mas não saia por aí perguntando aos que pregam qual o seu maior objetivo na vida cristã. Óbvio que dirão que é alcançar almas para a glória de Deus.

Todos dizem que estão empenhados em cumprir a grande missão, mas, com o passar do tempo, “aparece o senador” e as unhas de muitos começam a aparecer. As atitudes, que eram altruístas, mas hipócritas, tornam-se notórias. O sermão do monte diz: “Onde estiver teu coração, lá está o teu tesouro”.

Pelo barulho do coração eu sei quem é o rei e quem está chegando. Refiro-me ao barulho financeiro. Barulho que a maioria dos pastores faz bem longe da contabilidade, que deveria ser apresentada à igreja e não é. Até porque, se a igreja tomasse conhecimento do salário de muitos reverendos, ficaria escandalizada.
Infelizmente, a maioria dos evangélicos nada sabe sobre salário pastoral. Se vocês soubessem as distorções e injustiças que acontecem no meio cristão, por pastores presidentes... Alguns anos atrás havia um quadro humorístico vivido por Paulo Gracindo e Brandão Filho. Era o primo pobre e o primo rico. Esse quadro não era muito diferente do meio eclesiástico.  Há pastores pobres e ricos. Os que levam vantagem e os que sofrem.

Infelizmente o ministério pastoral tem se tornado um cabide de empregos nesse país. O que está faltando a nós, que professamos a fé em Deus, é transparência nas nossas atitudes. O que está por trás dos que pregam muito, mas nada comunicam a não ser o dinheiro, é a ostentação. Muitos vivem como milionários. Falam muito, mas nada dizem. Suas vidas não condizem com o que pregam.

Não pensem vocês que sou um radical, um estraga-prazer. Não quero que o pastor seja um mendigo. Ele deve e precisa prosperar financeiramente, mas com honestidade, sem ostentação, sem explorar a igreja. Nada impede que seja um milionário. Há muitos pastores que são empresários e ostentam elevado padrão financeiro. Alguns já eram de família rica. Todo o pastor tem o direito de ter um bom carro, uma boa casa ou uma bicicleta, como o Paulista, afinal de contas, digno é o obreiro do seu salário.

Sou um pregador do Evangelho e não tenho nenhum tipo de remuneração. Trabalho duro para que sirva de exemplo a outros que professam a fé. Tenho prosperado - e muito - em todos os aspectos da minha vida, principalmente, no ministério da pregação.

A igreja não é e nem pode ser uma empresa ou trampolim salarial, como muitos pensam. Reverendo, você pode ser o idealizador do projeto, ser um grande líder espiritual e administrativo, mas isso não te dá o direito de fazer da igreja uma empresa, muito menos de ser seu maior acionista. A igreja não tem fins lucrativos. É filantrópica. Foi criada por Deus para ser luz e vida para com os aflitos e necessitados. De graça recebemos, de graça damos. Reverendo, pelo barulho salarial eu sei quem é o rei que chegou e o que está chegando.

Está escrito: Quem é injusto faça injustiça ainda. Quem está sujo, suje-se ainda. Quem é justo faça justiça ainda. Eis que cedo venho e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras. Eu sou o Alfa e o Ômega. O Princípio e o Fim. O Primeiro e o Último. Bem aventurado aquele que lava suas vestiduras no sangue de Cristo, para que tenha o direito à arvore da vida e possa entrar na nova Jerusalém, a Cidade santa, pelas portas.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Mentira

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O cristão pode ou não pode mentir? Cristo nos diz, categoricamente, que não! A mentira é própria do diabo – homicida desde o princípio. Cristo diz, também, que os mentirosos não herdarão o Reino de Deus, e que a parte que lhes cabe é o inferno. Portanto, o cristão não pode e não deve mentir, porque peca. No entanto, há ocasiões em que alguns cristãos mentem. Alguns, por causa da ignorância espiritual; outros, por serem imaturos. Ainda são crianças. Mas, há os que mentem deliberadamente: apesar de professarem a fé em Cristo, continuam de mãos dadas com a velha natureza pecaminosa. Para o mentiroso, consciente ou não, há um juiz, que é Deus, que julga com justiça. Cristo nos adverte, dizendo: Todo aquele que professa o nome de Cristo, aparte-se do pecado. Com certeza, Deus sabe quem são os seus e os que não são.

Concordo plenamente com o Evangelho quando nos diz que o cristão não pode mentir. Há situações em que ele pode omitir, mas jamais mentir. Omitir, dependendo das circunstâncias, não é pecado, mas uma estratégia. A Bíblia nos mostra isso. Certa feita, Deus ordenou ao profeta Samuel que ungisse ao filho de Jessé, Davi, como rei de Israel. Porém, o profeta muito temeu pela sua vida, pois Saul era mau. Samuel disse a Deus: Senhor, se Saul souber que vim ungir outro rei no lugar dele, me matará. Deus diz a Samuel: Diga a Saul que você veio sacrificar. Em outras palavras, Deus estava dizendo que ele não precisava dizer toda a verdade.

Há situações em que Deus nos exorta à inteligência. Ele quer que tenhamos sabedoria em meio aos conflitos da vida. Estratégia espiritual faz parte de nosso cotidiano. Nós, cristãos, estamos em meio a uma grande batalha contra o diabo e seus agentes. Para ele, você pode mentir, afinal de contas ele é o nosso adversário e quer nos destruir. Nós não temos compromisso de falar a verdade com ele, a não ser a verdade do Evangelho, que é a nossa bandeira. E sobre isso ele não quer ouvir.

Quando alguém tem um encontro com Cristo, a primeira coisa que faz é romper com o diabo, que o faz pecar. Foi o que fez Raabe, a prostituta. Ela ouviu falar das grandezas de Deus e de suas maravilhas na terra do Egito, e temeu a Deus, e não entregou ao rei de Jericó os espias de Israel. Mentiu para os soldados que os procuravam, dizendo que não sabia onde estavam. Fez com que os espias subissem ao telhado, escondendo-os dos soldados. Quem vem a Deus não dá mais satisfações ao diabo e seus agentes. Não perde mais tempo com gente que subjuga, escraviza e destrói a vida. Raabe rompeu com a injustiça e abraçou a Deus. Por causa disso, seu pai, sua mãe, seus irmãos e irmãs foram poupados da morte e viveram felizes no meio de um povo amado por Deus.     

É provável que alguns cristãos fiquem confusos com a atitude de Raabe, afinal de contas, ela mentiu. Eu também, caso estivesse no lugar dela, mentiria. Quem está com Deus não entrega o ouro para o bandido, e já não tem mais parte com a injustiça. Antes, quebra a aliança com o diabo. Muitos acham que, pelo fato de sermos cristãos, não podemos mentir nem para o diabo, nosso adversário. Num campo de batalha, ninguém dá as coordenadas de onde está. Se o fizer, age como idiota. Nós, cristãos, estamos em batalha com as forças do mal. Somos o exército do Deus Vivo.

Os cristãos da igreja primitiva foram muito perseguidos pela suprema corte dos judeus e por César, imperador romano, que jogava-os na arena para serem devorados pelos leões. Os cristãos, quando interrogados a respeito de onde a igreja se reunia, não entregavam seus irmãos. Com certeza, muitos negavam, dizendo “eu não sei”. Porventura pecaram? É claro que não. Eu não entregaria minha família a César para ser jogada aos leões. A não ser que fossem íntimos de Judas Iscariotes.

Certa feita, o rei Davi fugia de Saul para Aques, rei de Gate. Os criados de Aques, que eram filisteus, trouxeram à memória de Davi os seus feitos em Israel. Davi considerou as palavras que diziam a respeito de si e temeu a espada, afinal, estava em uma cidade felisteia, inimiga de Israel. Quando se apresentou ao rei de Gate se contrafez diante dele, fazendo-se de doido, cruzando as mãos, esgravatando nas portas, deixando correr a saliva pela barba. Davi mentiu ao rei de Gate, fazendo-se louco.

Há situações que requerem inteligência, estratégia e muita sagacidade, caso contrário, perdemos a cabeça. Davi acreditava em Deus como ninguém, mas Deus o ensinou a ser sagaz. Deus tem prazer em homens e mulheres que se mostram prudentes na batalha. Ele os chama de valorosos.

Fé e fama

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Dizem que a fé e a fama podem andar juntas. Será? Há os que acreditam que isso é possível, outros não. O assunto parece ser polêmico no que diz respeito ao meio artístico. A Bíblia está repleta de pessoas que foram famosas, de grande reputação, mas eram, na sua maioria, compromissadas com a verdade do Criador. Os valores eram altruístas e não banais. Visavam, em primeiro lugar, as prioridades de Deus. A fama era apenas uma consequência da glória de Deus na vida humana. No entanto, há um tipo de fama secular e pecaminosa que não tem nada a ver com a verdade de Deus.

Há muitas pessoas do meio artístico que passaram por uma certa experiência com Deus, mas não se converteram. Querem conciliar a fé com a fama pecaminosa, e isso é impossível. Muitos são os boatos sobre os figurões que teriam se rendido ao Evangelho. Alguns anos atrás, surgiram algumas celebridades como Darlene Glória, Gretchen, Monique Evans, Suzana Alves - a Tiazinha -, Joelma, Carla Perez e muitos outros. Enfim, são muitas as ovelhas douradas que procuram um ponto de equilíbrio entre a vida cristã e o estrelato.

As celebridades se assemelham muito a uma velha ilustração de um lavrador que pegou um porco, deu-lhe um banho, perfumou-o, passou uma linda fita em volta do seu pescoço, e colocou-o em uma sala de estar. Seu aspecto era de limpeza. Por alguns minutos o animal foi a maior sensação. O infeliz esbanjava simpatia. Mas alguém, de repente, abriu a porta da sala e o porco mergulhou no primeiro lamaçal que encontrou. A sua natureza não sofrera modificação. Fora modificado apenas exteriormente. Assim é o homem sem Deus.

As celebridades são muito parecidas. Dizem-se convertidas a Cristo, confessam ser uma nova criatura, contam que foram transformadas pelo poder de Deus, que agora amam a Jesus, mas a sua natureza continua a mesma: maligna e terrena. A maioria é escrava do pecado. Não querem abrir mão dos valores nocivos. Está escrito - palavras de Cristo -, em Mateus 6: 25: Por isso vos digo, ninguém pode servir a dois senhores, porque há de odiar um e amar o outro. Ou se dedicar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao diabo.

Não existe ponto de equilíbrio entre luz e trevas. Conciliar a fé em Cristo com as exigências da fama é próprio de pessoas que não querem se ajustar à nova vida de santificação. Infelizmente há pastores de várias denominações evangélicas que se sujeitam à idolatria de pessoas famosas e não chamam a atenção das ovelhas douradas com medo de perdê-las. A grande verdade é que elas dão lucro financeiro, lotam as igrejas e fazem bem ao ego.

Conversão é mudança de vida. É “amarrar o burro” na igreja e não no boteco. Quando Cristo veio a esse mundo, foi para resgatar o homem do poder do pecado e conduzi-lo a uma nova vida de santificação e abundância de paz. Quem vem a Cristo precisa compreender que é impossível servir a dois senhores. A verdade não faz concessões à mentira. Ou você é de Deus ou é do Diabo. Ninguém pode ficar em cima do muro. É preciso decidir-se entre a luz e as trevas. “Todo aquele que professa o nome de Cristo, aparte-se do pecado” (II Timóteo 2: 19).

Ser cristão não é moda. É identificação de vida com Deus. Quando alguém se converte ao Evangelho de Cristo, tem que queimar todas as pontes que para trás ficam, para que não retorne mais ao passado. Infelizmente, poucos artistas realmente entram pelo caminho da vida com Deus, que exige renúncia e coragem. Não é fácil dizer não à fama secular, afinal de contas, ela é uma moeda forte, que tem arrebatado multidões para um caminho de dor e sofrimento.

Bobagens teológicas


Já vi e ouvi de tudo no meio cristão. Com certeza vou ver e ouvir muito mais. Já vi gente afirmar categoricamente que o fim do mundo não passava do ano 2000. Outros foram até mais ousados: marcaram hora dia e mês. Enfim, há muita confusão por parte dos que professam a fé em Cristo. Há ensinamentos que não passam de heresia bíblica.

A impressão que tenho é que alguns teólogos parecem ter algo sobre Deus e a Bíblia que ninguém mais tem. Sei que há grandes teólogos em todo mundo. Na antiguidade surgiram muitos que deram grande contribuição para o crescimento do Evangelho, mas todos eles, sem exceção, têm lá os seus extremos. Os extremos fazem parte da teologia, até porque a mesma envolve muita conjectura. É aí que mora o perigo. Conjecturas, para quem não sabe, são suposições, hipóteses que se faz a respeito de algo de difícil interpretação. Infelizmente há teólogos que, na sua ignorância, apresentam suas suposições bíblicas como verdades absolutas. O maior problema das distorções doutrinárias não está na teologia, mas no grande número de pregadores que passam as conjecturas teológicas como verdades absolutas.

Em 1898 surgiu um grande teólogo judeu, brilhantíssimo, chamado Myer Pearlman, que muito contribuiu para o crescimento da igreja. Em 1959, Lawrence Olson traduziu seus muitos livros doutrinários, que se espalharam por várias igrejas em todo mundo. Mas o mesmo Lawrence Olson, também teólogo, fez suas conjecturas através do seu livro “O plano divino através dos séculos”. Livro esse, na minha concepção, super edificante, com análises bíblicas maravilhosas, mas recheadas de extremos com muitas conjecturas que assustam.

Uma delas refere-se às respigas da primeira ressurreição quanto aos que não foram arrebatados, mas que teriam uma segunda chance após o arrebatamento na metade da grande tribulação, pagando com a vida a salvação. Olson apresentou isso como hipótese, mas centenas de igrejas pregam como a verdade absoluta. Infelizmente há muita infantilidade espiritual na igreja e a falta de conhecimento bíblico acaba dando margem a especulações teológicas, criando ensinamentos que contradizem o Evangelho. 

A Bíblia não deixa nenhuma margem de dúvida quanto à salvação. Marcos 16:15 nos diz: Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer, será condenado. Creiam os homens ou não, não há salvação para quem quer que seja fora da cruz de Cristo. A cruz é o único caminho hoje e nas gerações que, porventura, possam existir na dispensação da graça. Essa onda de que após o arrebatamento da igreja, os que ficarem serão salvos, mas terão que pagar com a própria vida, não passa de utopia. Algo que povoa a imaginação de gente que não conhece a Bíblia.

O grande apóstolo São Paulo, escrevendo aos Coríntios, nos diz: eis aqui agora o tempo oportuno da salvação, eis aqui agora o dia da salvação. Em Hebreus 13:07 está escrito: Portanto, como diz o Espírito Santo, se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação do deserto. Alguns dos filhos da promessa, que haviam presenciado as obras de Deus por 40 anos, tentaram e provocaram a Deus, praticando o pecado, e não entraram no repouso de Deus.

Nós, que professamos a fé em Cristo, se nos deixarmos endurecer pelo engano do pecado, também não entraremos em seu repouso. Em Hebreus 13 somos aconselhados para que nos exortemos uns aos outros, todos os dias, durante o tempo que se chama hoje, para que ninguém que professe a fé em Cristo se endureça pelo pecado e seja condenado. No capítulo 4 está escrito: Temamos, pois, que porventura deixada a promessa de entrar no seu reino, alguns fiquem para trás e sejam condenados.

Na minha vida cristã, logo cedo aprendi que não posso e não devo me basear em conjecturas. A palavra de Deus revelada a nós, os homens, é o fundamento da nossa vida espiritual. Não sejamos mais crianças em Cristo. É tempo de crescer. Não existe segunda possibilidade de salvação, até porque, se houvesse, as pessoas se apoiariam nela, excluindo a primeira, que é a cruz de Cristo. Hoje nós temos a ação do Espírito Santo na vida humana em vários aspectos, convencendo o homem do pecado, da justiça e do juízo final. Deus tem dado grande oportunidade para que as pessoas se convertam a Cristo, para que sejam salvas da condenação do inferno, mas, assim mesmo, os homens recusam e resistem à salvação.

Quando houver o arrebatamento da igreja e o sacrifício da cruz se cumprir na dispensação da graça, e o Espírito Santo, o Consolador, deixar esse mundo, ninguém vai fazer mais nada quanto à salvação. O império será das trevas até o juízo final.