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Há um provérbio muito antigo que diz: “pelo barulho da
carruagem, sei quem é o rei que está chegando”. Na antiguidade, muitas eram as
carruagens que, por séculos, foram o meio de transporte de milhões de pessoas,
principalmente na Europa. Mas algumas, pelo barulho, se destacavam, porque
muitos eram os cavalos e seus cavalheiros, e davam a entender que um grande
personagem estava chegando.
O tempo passou e as carruagens caíram no esquecimento.
Surgiram outros meios de transporte, mas todos - sem exceção -, fazem lá o seu
barulho. Está aí a classe política que não me deixa mentir. Com suas carreatas
eleitoreiras e seus fogos de artifício, buzinam, fazendo um barulho
ensurdecedor, e, pelo barulho que fazem, logo ficamos sabendo quem é o próximo
Sarney.
Mas nem toda a carruagem moderna transporta nobres. Verdade
é que alguns se fazem nobres. Pelo muito barulho chegam até a impressionar os
desavisados. Durante muitos anos aprendi a conhecer as pessoas pelo barulho que
fazem no meio cristão. Há muita gente barulhenta. Principalmente o
pessoal que ama a raiz de todos os males: o dinheiro. Estes, com certeza,
ninguém aguenta mais em nossas igrejas. Porém, Cristo nos diz que pelos seus frutos os conheceremos.
Vocês querem realmente saber o que está no coração dos que professam amar a
Deus? Quer saber se são verdadeiros? Basta ouvir o que pregam e o que almejam.
Mas não saia por aí perguntando aos que pregam qual o seu maior objetivo na
vida cristã. Óbvio que dirão que é alcançar almas para a glória de Deus.
Todos dizem que estão empenhados em cumprir a grande missão,
mas, com o passar do tempo, “aparece o senador” e as unhas de muitos começam a
aparecer. As atitudes, que eram altruístas, mas hipócritas, tornam-se notórias.
O sermão do monte diz: “Onde estiver teu coração, lá está o teu tesouro”.
Pelo barulho do coração eu sei quem é o rei e quem está
chegando. Refiro-me ao barulho financeiro. Barulho que a maioria dos pastores
faz bem longe da contabilidade, que deveria ser apresentada à igreja e não é.
Até porque, se a igreja tomasse conhecimento do salário de muitos reverendos,
ficaria escandalizada.
Infelizmente, a maioria dos evangélicos nada sabe sobre
salário pastoral. Se vocês soubessem as distorções e injustiças que acontecem
no meio cristão, por pastores presidentes... Alguns anos atrás havia um quadro
humorístico vivido por Paulo Gracindo e Brandão Filho. Era o primo pobre e o
primo rico. Esse quadro não era muito diferente do meio eclesiástico. Há
pastores pobres e ricos. Os que levam vantagem e os que sofrem.
Infelizmente o ministério pastoral tem se tornado um cabide
de empregos nesse país. O que está faltando a nós, que professamos a fé em
Deus, é transparência nas nossas atitudes. O que está por trás dos que pregam muito, mas nada comunicam
a não ser o dinheiro, é a ostentação. Muitos vivem como milionários. Falam
muito, mas nada dizem. Suas vidas não condizem com o que pregam.
Não pensem vocês que sou um radical, um estraga-prazer. Não
quero que o pastor seja um mendigo. Ele deve e precisa prosperar
financeiramente, mas com honestidade, sem ostentação, sem explorar a igreja.
Nada impede que seja um milionário. Há muitos pastores que são empresários e
ostentam elevado padrão financeiro. Alguns já eram de família rica. Todo o
pastor tem o direito de ter um bom carro, uma boa casa ou uma bicicleta, como o
Paulista, afinal de contas, digno é o obreiro do seu salário.
Sou um pregador do Evangelho e não tenho nenhum tipo de
remuneração. Trabalho duro para que sirva de exemplo a outros que professam a
fé. Tenho prosperado - e muito - em todos os aspectos da minha vida,
principalmente, no ministério da pregação.
A igreja não é e nem pode ser uma empresa ou trampolim
salarial, como muitos pensam. Reverendo, você pode ser o idealizador do
projeto, ser um grande líder espiritual e administrativo, mas isso não te dá o
direito de fazer da igreja uma empresa, muito menos de ser seu maior acionista. A igreja não tem fins lucrativos. É filantrópica. Foi criada
por Deus para ser luz e vida para com os aflitos e necessitados. De graça
recebemos, de graça damos. Reverendo, pelo barulho salarial eu sei quem é o rei
que chegou e o que está chegando.
Está escrito: Quem é injusto faça injustiça ainda. Quem está
sujo, suje-se ainda. Quem é justo faça justiça ainda. Eis que cedo venho e o
meu galardão está comigo para dar a cada um segundo as suas obras. Eu sou o
Alfa e o Ômega. O Princípio e o Fim. O Primeiro e o Último. Bem aventurado
aquele que lava suas vestiduras no sangue de Cristo, para que tenha o direito à
arvore da vida e possa entrar na nova Jerusalém, a Cidade santa, pelas portas.
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