Beber
ou não beber? Eis a questão. Beber bebida alcoólica é pecado? A maioria dos
cristãos evangélicos diz que é. E aí? O que a Bíblia nos mostra, realmente,
sobre a ingestão de bebida alcoólica? Há muita confusão e desinformação sobre o
tema. Durante anos, já ouvi centenas de sermões sobre o álcool e seus
malefícios, mas também vi muito radicalismo e extremos que assustam. Mensagens
não condizentes com a Bíblia, recheadas de bobagem.
Mas o que a Bíblia diz sobre álcool e beberragem? O Velho
Testamento está repleto de advertências contra o alcoolismo e a ingestão de
bebida desagradável, em toda sua variedade. Provérbios 23:20 nos diz:
"Para quem são as dores e os pesares? Rixas e queixas e feridas sem causa
e olhos avermelhados? Não são para os que se demoram a beber vinho? Para os que
andam buscando bebida misturada?". A expressão “para os que se demoram”,
nada mais significa do que embriaguez. E no versículo 31, a exortação é quanto ao
vinho: "Não olhe para o vinho quando se mostra vermelho, resplandecente no
copo, escoando suavemente, porque no fim de alguns dias, ou depois de algum
tempo, morderá como cobra e picará como serpente".
O texto nos fala de vinho de qualidade, de bom paladar,
que atrai e nos torna íntimos, mas que, no fim, morde como cobra. Essa mesma
Bíblia, que nos adverte severamente sobre a embriaguez e seus malefícios, nos
dá, também, liberdade de escolha. A ingestão de álcool, em si, não é pecado,
mas sim o vício. A ingestão de alimentos não é pecado, mas sim o apetite
desordenado. A Bíblia nos diz que os glutões e bêbados não herdarão o reino de
Deus, portanto, o problema do álcool não é a ingestão deste, mas a escolha que
fazemos. Lembre-se: "Do coração procede as saídas da vida e da morte".
Somos nós que abrimos um precedente para o alcoolismo. O álcool só passa a ter
força por causa das nossas escolhas. Essas, associadas à falta de domínio
próprio, com certeza são um desastre.
As
pessoas bebem por muitas razões: timidez, medo, insegurança, pobreza, traição
conjugal, amor não correspondido, abandono, finanças e pelo prazer do álcool e
sua falsa sensação de liberdade. Infelizmente, muita gente vem usando o álcool
como alternativa em meio aos conflitos. É a velha história: "eu bebo para
esquecer". Na verdade, isso não passa de fuga mentirosa e pura ilusão.
Suicídio a longo prazo.
As
razões são muitas, mas a principal é a vacuidade da alma, o vazio existencial.
Com certeza, esse é o maior problema do coração humano. Em busca de algo que
possa preencher esse vazio, as pessoas se apegam ao álcool e seu prazer como
alternativas. No livro do Profeta Jeremias (17:9) está escrito: "Enganoso
é o coração mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto. Quem o
conhecerá?".
Você já brincou com uma cascavel? A embriaguez se
assemelha muita a uma cascavel. A serpente é sagaz e traiçoeira. Na hora em que
você menos espera, ela pega você. Todo alcoólatra tem um fim triste. Morte
prematura. Mais cedo ou mais tarde, acaba perdendo o amor pela vida, o carinho
e o respeito da esposa, dos filhos, amigos, parentes. Qual filho respeita um
pai bêbado? Qual casal resiste a muitos anos de bebedeira? O que se vê são
separações, divórcios e muita dor.
Os
hospitais psiquiátricos estão abarrotados de pacientes que abusaram do álcool,
foram afetados mentalmente e estão passando por problemas emocionais
gravíssimos. Infelizmente, a sociedade tem grande parcela de culpa pelo alto
índice de crescimento do alcoolismo. A mídia, juntamente com a indústria,
incentiva a propaganda mentirosa, recheada de falsa liberdade e status.
Não
estou aqui para julgar quem quer que seja. O propósito do meu coração é ajudar
as pessoas a encontrarem o sentido da vida. Meu pai foi um alcoólatra, morreu
quando eu tinha sete anos. As lembranças são as piores. Sei perfeitamente o que
muitos estão passando por causa do alcoolismo. Você, que é dependente do álcool
e quer ver-se livre, saiba que só há uma alternativa: Cristo como o centro da
vida. Ele é poderoso para restaurar você e lhe dar poder e equilíbrio.
Bem,
aqui vai um conselho do Paulista: você, que nunca bebeu, não beba. Você, que
iniciou nessa estrada, pare enquanto é tempo. Se Cristo não for o centro da sua
vida, com certeza você vai acabar caindo no alcoolismo. Não o julgo por tomar
um copo de vinho ou uma cerveja. Durante muitos anos, a igreja tem tomado uma
posição radical. Não tem permitido aos fiéis que bebam bebida alcoólica de
espécie alguma, mas isso por causa da fraqueza espiritual da maioria dos
cristãos.
Mas você tem liberdade. Tomar um copo de vinho não faz de
você um pecador ou um mau caráter, como alguns afirmam. No entanto, embora
tenhamos liberdade como cristãos, não devemos usar desta liberdade para dar
ocasião à bebedice. Bebedice é pecado.
O
grande apóstolo São Paulo, em sua epístola a Timóteo (5:23) diz: "Não
bebas somente água, mas usa um pouco de vinho por causa do teu estômago e das
tuas frequentes enfermidades". Paulo, há dois mil anos, já sabia da
importância do vinho para a saúde. No mesmo livro (11:21), ele adverte a igreja
quanto ao mau comportamento na Ceia do Senhor. Infelizmente, havia cristãos que
não exerciam domínio próprio e se embriagavam. No capitulo 6 do mesmo livro,
ele os adverte, severamente, dizendo: "Não erreis. Os bêbados não herdarão
o Reino de Deus".
Já
em Efésios 5:15, Paulo nos diz: "Portanto, vede prudentemente como andais.
Não como loucos, mas como sábios, remindo o tempo por quanto os tempos são
maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do
Senhor, e não vos embriagueis com vinho, em que há contenda". Isso é,
vinho sem equilíbrio e domínio próprio.
O vinho de Deus não cria contendas. Antes, é pacifico. Há
os que não concordam comigo. É bom que vocês saibam que Cristo iniciou os seus
milagres transformando água em
vinho. Cristo tomava vinho. Em Mateus 11: 18 - 19, veja o que
Cristo nos diz: "Porquanto veio João Batista, não comendo nem bebendo com
pecadores, e dizem: 'Tem demônio'. Eu vim, comendo e bebendo vinho com
pecadores e publicanos, e dizem: 'Eis aí um homem comilão e beberrão'".
Mas Cristo diz aos que crêem nele que sua palavra é justificada para com os
seus filhos.
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